ECONOMIA DA CULTURA

Definição:

O vocábulo economia provém do grego oikos (casa) e nomos (costume ou lei) e tem por objeto de estudo as atividades produtivas de uma sociedade. Preocupa-se, fundamentalmente, com a sua mensuração. A cultura, sob a ótica da economia traduz-se como um conjunto de atividades produtivas, que geram valor além do intangível, capaz de ser mensurável em termos de produção, emprego, exportações, fluxo de caixa, lucros, entre outros. A economia da cultura é o ramo da Ciência Econômica que se destina, sob a ótica marxista, a estudar os fluxos ou relações de produção que existem em uma sociedade, região ou no regime capitalista, que geram bens e serviços intermediários ou finais, destinados ao consumo dos mesmos sob a definição de bens culturais, bens criativos, tais como o cinema, teatro, artes plásticas, artesanato, festas, moda, design, arquitetura.



 

Histórico: a cultura, desde a antiguidade esteve ligada à arte. Na Idade Média, período compreendido entre 476 d. C. e 1453 d. C. os ateliers, pintores e escultores eram contratados pelos reis, nobres e a Igreja Católica para produzirem “bens e serviços” destinados aos palácios e igrejas. Pinturas, tapeçarias e catedrais, como manifestação arquitetônica, são exemplos de formas de cultura transmitidas aos tempos atuais. Nesse momento histórico são criadas as primeiras manifestações produtivas congregando pessoas de uma mesma atividade: as corporações de ofícios, reunindo artesãos. Não havia, nessa época, a preocupação ou o entendimento da sua produção como fluxo ou a cadeia de atividades/tarefas que eram desempenhadas, suas relações ex-ante e ex-post e o valor agregado ao bem final.  No século XX, sobretudo após a II Guerra Mundial e com o crescimento do número de atividades e sua profissionalização, autores como Max Horkheimer e Theodor W. Adorno passam a discutir o tema, sob o enfoque do que se chamou à época “Indústria Cultural”, ou seja, a produção em massa de produtos entendida como negócios.  Em 1966, Bawmol, W. and W. Bowen publicam Performing Arts – The Economic Dilemma, que passou a ser designado como a principal obra da segunda metade do século XX apresentando a importância da economia e da concessão de subsídios à produção cultural, face à inexistência de economias de escala na oferta de todos os bens e serviços desta natureza.

Comentário: a cultura, no mundo contemporâneo, está envolta em diversas áreas do conhecimento como a economia, a tecnologia, bem como aspectos sociais. Em todos estes as atividades culturais cerca-se de criatividade entendida como novos produtos e processos culturais que visam o incremento do desenvolvimento do ser humano.



 

Autoria:
Judite Sanson de Bem; Nelci Maria Richter Giacomini

Referências

ADORNO, Theodor W. Indústria cultural e sociedade. São Paulo: Paz e Terra, 2002.
THROSBY, D. The Production and Consumption of the Arts: A View of Cultural Economics. In:  Journal of Economic Literature. Nashville (TN/USA). v. 32, 1-29. 1994.
UNITED NATIONS CONFERENCE ON TRADE AND DEVELOPMENT – UNCTAD. Creative economy report. Geneva: UNCTAD; UNDP, 2008.

 

Still quiet here.sas

Deixa um comentário