INOVAÇÃO SOCIAL

Definição: Em linhas gerais, diz-se que inovação é um conjunto de atividades que pode englobar desde a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico até a introdução de novos métodos de gestão da força de trabalho (DAGNINO, 2010). Ao agregarmos o termo social, enfatiza-se que é um tipo de iniciativa que permite melhorar a vida de um grupo, ou da sociedade como um todo, mediante a produção de bens ou de serviços que beneficiam o uso coletivo. Também pode se caracterizar pela adesão e participação da comunidade envolvida, pelos baixos custos de implementação e pelo objetivo de superação da pobreza e da desigualdade social nos países. A inovação social é entendida como o conhecimento (intangível ou incorporado a pessoas ou equipamentos; tácito ou codificado) que tem por objetivo o aumento da efetividade dos processos, serviços e produtos relacionados à satisfação das necessidades sociais. Agrega-se a isto “um distinto código de valores, estilo de desenvolvimento, ‘projeto nacional’ e objetivos de tipo social, político, econômico e ambiental” (DAGNINO, 2010, p.87).

Histórico: Historicamente o conceito de inovação foi cunhado nos países do chamado Primeiro Mundo, quando no término da Guerra Fria acirra-se a competição intercapitalista, pois o crescimento dos países dependia das oportunidades de exportação. Neste contexto, a inovação passa a ser o objetivo principal da competitividade entre os países (DAGNINO, 2010). Já no Brasil, nesta primeira década do século XXI, a inovação social tem sido relacionada aos processos de inovação do qual emerge um conhecimento criado, que atende aos problemas e necessidades sociais que enfrentam uma determinada organização, comunidades ou grupos de diferentes atores sociais. As experiências de inovação social contemporâneas possuem estreita relação com o desenvolvimento de Tecnologias Sociais.

Comentários: Experiências inovadoras não se limitam a ideias absolutamente novas. A Cepal e a Fundação Kellogg (instituições com relevante trabalho social na América Latina e Caribe), por exemplo, reconhecem um processo de inovação a partir da introdução de modificações significativas em propostas ou processos já conhecidos em outros contextos. Porém é justamente em decorrência de tais mudanças no processo, ajustadas à nova realidade e demanda social, que tais ações tendem a gerar um forte impacto nos resultados obtidos quando implementadas (MARULANDIA;TANCREDI, 2011). Assim, as experiências inovadoras, vivenciadas em um determinado momento sócio-histórico, se constituem em dispositivos que  transformam, não somente a realidade social, mas, possibilitam transformações dos atores sociais, protagonistas e envolvidos com estas inovações, permitindo, aos mesmos, a emancipação da cidadania e a melhoria das condições de vida.

Autoria:
Aline Accorssi
Rosa Maria Castilho Fernandes

Referências

DAGNINO, Renato; BRANDÃO, Flávio Cruvinel; NOVAES, Henrique Tahan. Sobre o marco analítico conceitual da tecnologia social. In: DAGNINO, Renato (Org.). Tecnologia Social: Ferramenta para construir outra sociedade. Campinas/SP: Komedi, 2010.

MARULANDA, Norah Rey; TANCREDI, Francisco B. Da inovação à política pública: histórias de êxito na América Latina e no Caribe. Santiago do Chile: Cepal/Nações Unidas, 2011.

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