Arquivos da Categoria: Lucas Graeff

MEMÓRIA COLETIVA

Definição: por memória coletiva, entende-se as interações possíveis entre as políticas da memória – a memória histórica e social sendo concebida como uma relação de forças que resulta em definições e redefinições do que é considerado como passado e heranças comuns de um dado grupo ou classe social – e as lembranças de fatos vividos em comum ou individualmente. Nesse sentido, a memória coletiva se situa no encontro entre o individual e o coletivo, entre o psíquico e o social. … Continue lendo

MATÉRIA E MEMÓRIA (HENRI BERGSON)

Definição: Matéria e memória é o título do livro escrito por Henri Bergson e publicado pela Presses Universitaires de France em 1939. Ao definir o papel do corpo na vida do espírito pela substituição de uma distinção espacial (matéria extensa e alma inextensa) por uma distinção temporal (percepção e memória), Berson propõe uma superação do dualismo cartesiano e do idealismo kantiano. Histórico/Comentário: para Bergson, o processo de percepção se realiza através de dois circuitos. O primeiro, denominado “imagem-cérebro-ação”, é uma … Continue lendo

HABITUS

Definição: Sistema durável de disposições a perceber o mundo, a agir sobre ele e a pensá-lo de uma determinada maneira, o habitus se apresenta ao mesmo tempo como produto de etapas sucessivas de socialização (estrutura estruturada) e como gerador de práticas, valores e ideias que guiam a ação (estrutura estruturante).   Histórico: popularizada nas ciências sociais pelas proposições de Pierre Bourdieu visando a superação da oposição entre forças sociais e forças de ordem subjetiva, a noção de habitus é debitaria … Continue lendo

GRUPO E CLASSE SOCIAL

Definição: Por grupo social, entenda-se um conjunto de indivíduos cujos membros compartilham atividades, valores, traços culturais e/ou interesses comuns e uma consciência mais ou menos clara de pertencimento. Uma classe social, ao contrário, não depende da consciência de pertencimento e é definida, sobretudo, pelo caráter homogêneo dos modos de vida e das condições materiais dos indivíduos que a compõem.   Histórico/Comentário: a aparição da noção de classe social está diretamente ligada ao processo de industrialização e modernização capitalista que se … Continue lendo

ECONOMIA DOS BENS SIMBÓLICOS

Definição: Economia dos bens simbólicos é o termo dado por Pierre Bourdieu ao sistema de trocas e contratos que se fazem em forma de presentes, em teoria, voluntários, mas que na prática são obrigatoriamente dados e retribuídos. Trata-se de um sistema de trocas que se coloca em contraposição com o sistema de trocas econômicas (compra e crédito).   Histórico: teorizado pela primeira vez por Marcel Mauss em seu texto clássico Ensaio sobre a dádiva, publicado originalmente em 1925, o sistema … Continue lendo

CULTURA E IDEOLOGIA (RELAÇÃO)

Definição: A relação entre cultura e ideologia depende do ponto de vista adotado e das concepções formuladas a respeito de cada uma dessas noções. Se por cultura se entende o sistema de símbolos que organiza todas as formas de expressão humanas, a ideologia aparece como uma expressão característica da cultura ocidental – seja como uma forma de “dominação pelo convencimento” (MARX; ENGELS, 1998), seja como uma reflexão crítica do Ocidente sobre as suas formas de organização social. Por outro lado, … Continue lendo

CAPITAL SIMBÓLICO

Definição: Capital simbólico é o conjunto de propriedades (força física, maneira de se portar, de se vestir e de se expressar, etc.) que, percebidas e valorizadas por determinados agentes sociais, dotam aquele que as possui de um poder intangível e socialmente eficaz.   Histórico/Comentário: Émile Durkheim, Marcel Mauss e Max Weber; vários autores clássicos das ciências sociais se interessaram por aquilo que, mais tarde, Pierre Bourdieu denominaria “capital simbólico”. Em Durkheim e Mauss, é o termo mana, corrente nas ilhas … Continue lendo

CAPITAL CULTURAL (SOCIOLOGIA)

Definição: Do ponto de vista sociológico, o capital cultural é o conjunto de qualificações de ordem intelectual adquirida por um indivíduo através dos processos de socialização primária (família) e secundária (escola, grupo de amigos, trabalho, etc.). Esse tipo de capital se exerce de três maneiras: de forma incorporada (facilidade de expressão e de apreensão de saberes, por exemplo), pelo seu estado objetivo ou material (disposição de “bens culturais” tais que livros e obras de arte) e através do reconhecimento por … Continue lendo

CAMPO E ESPAÇO SOCIAL

Definição: Em sociologia, o termo campo é utilizado para definir um espaço estruturado e estruturante de relações objetivas e irredutíveis às dos outros campos que compõem a sociedade. Por espaço social entenda-se a representação multidimensional da estrutura social (portanto, do conjunto de campos sociais), segundo a composição e o volume dos capitais econômicos e culturais. Histórico/Comentário: as noções de campo e espaço social foram propostas por Pierre Bourdieu em diferentes obras, notadamente em A distinção (1979) e A reprodução (1970). … Continue lendo